O prefeito de Joanópolis, João Carlos da Silva Torres (Joãozinho Torres/PSB), tentou prestar depoimento à Câmara Municipal sobre as reclamações decorrentes da comunidade sobre a poluição sonora e ambiental que de maneira suposta é provocada pelas serrarias localizadas na região central do município. Há um mês, este assunto tem sido debatido pelo Poder Legislativo a partir do depoimento de moradores, que se dizem depreciados, e dos empresários do setor, que também alegam prejuízos. Convocado a prestar esclarecimentos, Joãozinho Torres se prendeu a apresentação de um “esboço” de área industrial que pretende implantar em Joanópolis.
A comunidade que vive próxima às serrarias afirmou à Câmara Municipal que a poluição sonora provocada pelas máquinas tem provocado transtornos. Segundo os moradores, o início das atividades – entre 4h e 4h30 da madrugada – não condiz com a realidade do local. Além disso, alegam que a poeira da serragem tem resultado em problemas de saúde. Por outro lado, os empresários do setor afirmam estar de acordo com a legislação municipal e que o horário das atividades está relacionado à demanda de serviço e à geração de emprego e renda ao município.
Para resolver o impasse entre moradores e empresários, o prefeito Joãozinho Torres sugeriu à Câmara Municipal a mudança das serrarias para um distrito industrial que pretende instituir no município. Para isso, apresentou num tempo recorde inferior a 10 minutos o que considerou um “esboço” de área industrial. “Eu vim para esclarecer a respeito do Parque Industrial no Bela Vista. Não se trata de uma planta, mas sim de um esboço do que será construído no local. Posso deixar uma cópia aqui na Câmara Municipal para que os vereadores analisem o esboço”, comentou.
Em depoimento, ele afirmou que toda a responsabilidade pela aprovação do “esboço” seria do Poder Legislativo, o que foi contestado pelo vereador Luiz Marcelo Costa (Carneiro do Expedito/DEM). “Com certeza irei aprovar tudo o que for bom para a comunidade, mas não entendo como podemos analisar um esboço de área industrial que é de responsabilidade da Prefeitura de Joanópolis. Além disso, há uma área de cinco alqueires no município que foi comprada justamente para a instalação de um distrito industrial, o que inviabilizaria a transferência das serrarias ao Bela Vista em um terreno destinado à construção de casas populares”, destacou.
O prefeito Joãozinho Torres se limitou a falar sobre o esboço e a garantir que não realizou um projeto devido aos custos. “Neste caso, mais uma vez demonstrou sua inexperiência frente ao Poder Executivo. Afinal, a elaboração de um projeto não deve ser entendida como custo, mas sim investimento. Para se ter uma ideia, o próprio Governo do Estado investe em projetos, pois isso diminui as chances de equívocos durante a execução das obras. A postura demonstrada durante o depoimento também evidencia a falta de respeito com a comunidade.
Depois de tentar explicar o que não existia de concreto – nem em projeto –, o prefeito Joãozinho Torres foi lembrado de que o objeto da convocação estava justamente na posição da administração pública municipal quanto ao impasse observado entre a comunidade e os empresários do setor de serrarias do município. Ele se esquivou das respostas e, lamentavelmente, voltou a demonstrar seu despreparo frente a questões importantes do município. “A área do Bairro Bela Vista é ideal e possui 2,5 alqueires. Já no terreno de cinco alqueires iremos construir o maior Centro de Tradições da região, com vaga para – pasmem – 400 veículos. No local será instalada a Secretaria de Agricultura e os investimentos serão de R$ 8 milhões. Temos quase R$ 2 milhões do investimento prometido (por quem?) para a obra”, tentou se explicar.
A área do Bairro Bela Vista foi destinada à construção de moradias populares, atacada pelo prefeito Joãozinho Torres em prejuízo da “péssima qualidade das casas construídas pela CDHU”. “As casas são ruins (...). O telhado é de péssima qualidade e o reboca das paredes feito em gesso. Por isso, vamos construir em outra área (qual?) moradias populares com o apoio da Caixa Econômica Federal”, completou.
Depois de demonstrar seu despreparo administrativo, desrespeito com aqueles que vivem em moradias populares (e com os que pleiteiam o benefício) e indiferença frente aos problemas entre moradores e empresários do setor de serrarias, Joãozinho Torres ainda provocou a incerteza entre aqueles que atuam por melhorias ao município. Com base no “esboço” conseguiu transferir o problema da região central para uma área idêntica no município, sugerir e assumir compromissos com os investimentos de um Centro de Tradições – com vaga para 400 veículos – e prolongar por tempo indeterminado a expectativa das pessoas que esperam pelo anúncio de construção das – como garantiu Joãozinho Torres – “péssimas moradias populares da CDHU”.
Investimentos
Além de o prefeito Joãozinho Torres demonstrar seu despreparo administrativo, mostrou não ser empreendedor e não possuir competência para administrar o município. Afinal, deixou de citar quais serão os investimentos nas áreas da Saúde, Educação, Transportes (com melhorias às estradas rurais) e, principalmente, da Segurança Pública, onde hoje vivenciamos a incerteza e o medo diante da onda de violência que o município vive. É sempre importante lembrar que foi Joãozinho Torres que determinou a retirada das câmeras de segurança instaladas no município para “economizar” a elevada importância de R$ 3 mil /mês.
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